Jerónimo de Sousa

«Força do presente, <br>numa luta que é para hoje!»

«Quando mais força tiver a JCP, mais se en­cur­tará a dis­tância entre a re­a­li­dade e o sonho que per­se­guimos de pôr fim à ex­plo­ração do homem por outro homem, de ma­te­ri­a­lizar a afir­mação do ca­ma­rada Álvaro Cu­nhal de “trans­formar o sonho em vida” e al­cançar o nosso ob­jec­tivo su­premo pelo so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo», afirmou Je­ró­nimo de Sousa.

O nosso povo e os jo­vens são atin­gidos por uma brutal ofen­siva

Coube a Je­ró­nimo de Sousa a úl­tima in­ter­venção no Con­gresso, que, nas suas pa­la­vras, foi de «res­posta aos pro­blemas da ju­ven­tude», como está pa­tente na Re­so­lução Po­lí­tica apro­vada, mas também de «afir­mação de con­fi­ança no mo­vi­mento ju­venil, nas suas ca­pa­ci­dades, dis­po­ni­bi­li­dade e cri­a­ti­vi­dade», sendo, por tudo isto, um mo­mento de «cons­trução co­lec­tiva e de re­flexão crí­tica sobre a evo­lução do País, do mundo e da si­tu­ação da ju­ven­tude» e de «re­tirar en­si­na­mentos e con­clu­sões, de­finir ori­en­ta­ções para o fu­turo e apontar me­didas de or­ga­ni­zação e di­recção para o re­forço da JCP e da sua acção junto da ju­ven­tude».
Fa­lando do pre­sente, «num mo­mento em que o nosso povo e os jo­vens são atin­gidos por uma brutal ofen­siva contra as suas con­di­ções de vida e os seus di­reitos», o Se­cre­tário-geral do PCP sa­li­entou as lutas tra­vadas pela ju­ven­tude, o que de­monstra a sua «ele­vada cons­ci­ência po­lí­tica e so­cial», bem como a «de­di­cação e ge­ne­ro­si­dade com que abraçam a de­fesa dos seus in­te­resses co­lec­tivos».
«A mesma ge­ne­ro­si­dade e a mesma cons­ci­ência que le­varam os jo­vens da ge­ração de há 40 anos a dar o pri­meiro passo no ca­minho da li­ber­tação do País de uma odiosa di­ta­dura fas­cista, quando saíram dos quar­téis na­quela ma­dru­gada de 25 de Abril, para de­pois a acção e luta dos tra­ba­lha­dores e do nosso povo a trans­for­marem em Re­vo­lução», des­tacou, va­lo­ri­zando as «pro­fundas trans­for­ma­ções re­vo­lu­ci­o­ná­rias» al­can­çadas, que «se tra­du­ziram em im­por­tantes con­quistas eco­nó­micas, so­ciais, po­lí­ticas e cul­tu­rais dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês». No «plano sub­jec­tivo», acres­centou, «a acção de massas em mo­vi­mento trans­formou a re­a­li­dade, mas também com­por­ta­mentos, men­ta­li­dades, a forma de ver o mundo e a pró­pria so­ci­e­dade».

Va­lores de Abril

No 40.º ani­ver­sário da Re­vo­lução dos Cravos, que os tra­ba­lha­dores e o povo por­tu­guês estão já a co­me­morar de forma muito es­pe­cial, Je­ró­nimo de Sousa des­tacou o con­tri­buto que o PCP «deu para a luta de re­sis­tência an­ti­fas­cista, nas ba­ta­lhas pelo avanço da Re­vo­lução, pela de­fesa e con­cre­ti­zação do re­gime de­mo­crá­tico», sendo «o grande Par­tido que as­sume e tem como re­fe­rência a ple­ni­tude dos seus va­lores e deles parte para a cons­trução do pro­jecto de uma so­ci­e­dade am­pla­mente de­mo­crá­tica, como aquela que o PCP propõe ao País e que está tra­du­zida no seu Pro­grama – o pro­grama para uma De­mo­cracia Avan­çada – uma de­mo­cracia si­mul­ta­ne­a­mente po­lí­tica, eco­nó­mica, so­cial e cul­tural, e que no seu de­sen­vol­vi­mento visa a cons­trução de uma so­ci­e­dade so­ci­a­lista».
«Quando as­su­mimos nas nossas pró­prias ac­ções co­me­mo­ra­tivas do 25 de Abril o lema “Os Va­lores de Abril no Fu­turo de Por­tugal” não é um mero slogan, para soar bem ao ou­vido. É muito mais do que isso», acen­tuou, fa­lando «dos grandes prin­cí­pios e de con­cep­ções ori­en­ta­doras para a cons­trução de uma so­ci­e­dade mais justa, mais de­mo­crá­tica, mais pro­gres­sista, mas também de re­a­li­dades con­cretas, con­quistas, trans­for­ma­ções, de acção e luta trans­for­ma­dora do povo de onde emanam va­lores que per­ma­necem como fonte ins­pi­ra­dora para re­a­li­za­ções fu­turas».


Mo­mento de afir­mação do in­ter­na­ci­o­na­lismo

Para além de um grande acon­te­ci­mento na­ci­onal, o Con­gresso da JCP foi, si­mul­ta­ne­a­mente, um grande mo­mento de afir­mação do in­ter­na­ci­o­na­lismo que ca­rac­te­riza a po­lí­tica dos co­mu­nistas. Dai a sau­dação ca­lo­rosa que Je­ró­nimo de Sousa fez às de­le­ga­ções de ju­ven­tudes co­mu­nistas e or­ga­ni­za­ções pro­gres­sistas que, com a sua pre­sença, «en­ri­quecem e inundam de so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista este vosso Con­gresso», par­ti­cu­lar­mente à Fe­de­ração Mun­dial da Ju­ven­tude De­mo­crá­tica.
«A todos que­remos con­firmar a de­ter­mi­nação do PCP em pros­se­guir a luta em Por­tugal pela de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, em de­fesa dos va­lores da nossa Re­vo­lução de Abril, pelo fu­turo de um País justo, so­be­rano e in­de­pen­dente, por uma de­mo­cracia avan­çada, pela cons­trução do so­ci­a­lismo em Por­tugal, rumo ao co­mu­nismo», as­se­gurou, ex­pli­cando que a luta que o Par­tido trava em Por­tugal está «in­ti­ma­mente li­gada à luta eman­ci­pa­dora dos povos que por todo o mundo en­frenta grandes de­sa­fios e exi­gên­cias num quadro de grande ins­ta­bi­li­dade e in­cer­teza» e que se «in­ten­si­fica nos mais va­ri­ados países do mundo no quadro de um rá­pido apro­fun­da­mento da crise es­tru­tural do sis­tema ca­pi­ta­lista».

 

«Nós temos con­fi­ança no vosso tra­balho»

Na sua in­ter­venção – que pode ser lida e vi­si­o­nada na ín­tegra em www.pcp.pt – o Se­cre­tário-geral do PCP sa­li­entou que «são enormes as po­ten­ci­a­li­dades de cres­ci­mento da JCP», como o de­monstra o facto de cerca de mil es­tu­dantes do en­sino Bá­sico e Se­cun­dário terem, desde Ja­neiro, através de um postal de afir­mação po­lí­tica, de­ci­dido dar o seu con­tacto à JCP, jun­tando-se aos cerca de 700 novos re­cru­ta­mentos efec­tu­ados entre Julho de 2013 e Março deste ano.
«Nós temos con­fi­ança no vosso tra­balho. Sa­bemos que não pode ser apenas um tra­balho vosso, é também uma obri­gação de todo o Par­tido, desde logo na im­pres­cin­dível ta­refa de con­tri­buir para o re­forço da pró­pria JCP, apoi­ando, no quadro da sua au­to­nomia, a sua ini­ci­a­tiva, o que pres­supõe um maior re­co­nhe­ci­mento da sua acção e di­nâ­mica, porque o su­cesso da JCP será a ga­rantia do su­cesso do pró­prio Par­tido, do seu pro­jecto e ideal junto da ju­ven­tude», su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa, dei­xando um con­celho a todos aqueles jo­vens: «Partir das coisas con­cretas, dos pro­blemas con­cretos, das as­pi­ra­ções con­cretas da ju­ven­tude e agir e in­tervir a partir deles, será a chave para li­bertar ener­gias, elevar cons­ci­ên­cias, trazer à luta esse des­ta­ca­mento avan­çado da trans­for­mação so­cial – o mo­vi­mento ju­venil, força que se cos­tuma dizer, ser a força do fu­turo mas a quem se apela a que seja força do pre­sente, numa luta que é para hoje!».




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